amizade e poesia

Alguém que faz você rir…Alguém que faz você acreditar em coisas boas…Alguém que convence você …De que existe uma porta destrancada…Só esperando para que você abra. Esta é a Amizade Para Sempre.

Archive for 24 de Fevereiro, 2007

Apelo

Posted by amizadepoesia em Fevereiro 24, 2007

Vou colhendo de minha vida todas as derrotas,

assustada, eu sigo alimentando o fio das certezas,

e então, prostrada nessa imensa fila de tristezas,

sorteio ao dia o gris papel da contorcida bancarrota.

 

 

Ouço o duro hino ao não, e da parede envelhecida,

vejo um triste mosaico na pintura agonizante,

retratando tais anseios com tristonho horizonte

confessando à prece a minha história repetida.

 

 

Sorvo o gole negro empurrando a sobra da migalha,

amargando a corda na garganta um tanto sofrida;

se um sentimento condecora a ousadia dos suicidas,

por conseguinte, o pulso foge aos riscos da navalha.

 

 

Clamo a esperança deslumbrante de um arcanjo revesso,

quem sabe o milagre ao vão nascido nos nascidos vãos,

mas meus estilhaços tão cansados vêem o pó do chão

… ironizando o vácuo tão descrente do meu gesso!

Sandra Ravanini

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Esquecer Eu Quisera

Posted by amizadepoesia em Fevereiro 24, 2007

Esquecer eu quisera…

Ah, quem me dera!
Minha mente alucinada vibra, gira…

 Entorta minha cabeça,

Mas sempre diz sim às lembranças…

Que não esqueço!


  Esquecer eu quisera…
Da responsabilidade da vida

Que me engole aos pedaços, 
Sem mastigar minha carne,

 Sem sentir meu gosto!


  Esquecer eu quisera…
Das décadas todas da minha vida,
Onde presenciei uma guerra traiçoeira
Através de filmes, jornais…

E revistas sem censura!

Bombas despencando

Sobre cabeças adormecidas,
Antes mesmo do alvorecer…

Explodindo sem aviso, destroçando

 O que encontravam à sua frente!

Esquecer eu quisera…
E não mais lembrar do medo que eu sentia, 
Sem saber se era verdade ou mentira,

 O que eu via e ouvia!

O pavor tomava conta do meu corpo
Encolhido na cama…

 Onde meus olhos choravam!
Não havia entreatos…
Os soldados jamais voltavam,

Ao levantar do pano,

 Para o início do segundo ato!

Ficavam ali, tombados, expostos às moscas,

 Vermes e abutres esfaimados!
   Onde, os deuses ensandecidos,

 E toda sua maldade?


Nunca soube que em sua sanha…

 Houvessem deuses compadecidos…

Ao assistir o sofrimento do povo!

    Compaixão não existia por qualquer alma,

 Por alma nenhuma… E nem por nada!


  Esquecer eu quisera…

E não lembrar mais dos fogos da minha infância,
Por não serem eles bonitos,
como fogos de artifício!

Fogos daninhos que me assustavam…

 Faziam-me tremer de pavor…

 Porque a queima de fogos  apresentados…

Nunca passaram de bombas, canhões,

 Rajadas de metralhadoras, aviões explodindo,
Pára-quedas no ar incendiando!

 

 Esquecer eu quisera…

E apagar da lembrança, a visão de soldados

Desacompanhados de suas damas,
Dançando uma valsa desconexa
nos campos de batalha…

Rodopiando até à morte!


  Esquecer eu quisera…
De donzelas graciosas, que, existiram sim,

Mesmo que por pouco tempo… 
Vítimas inocentes, violentadas e mortas,

 Por seres sem escrúpulos!


Esquecer eu quisera…

 Dos rapazes, que, nasceram sim, 
Mas os governos em seus extremos,

 Os tornaram adultos de pouca idade!


Seguiam aos campos de batalha

 Com passagem paga!

Partiam com pouca bagagem

Sem o bilhete de volta!
  
Esquecer eu quisera…

Que eu não andava por ruas, e ruas…

Eu não andava por rua nenhuma,
Pelo pavor que os bombardeios me causavam…!

E o barulho imaginário das bombas…

Explodindo em meu quintal avermelhado

Refletindo a cor das chamas…!

Eu não escrevia frases, nem frases…

Eu sabia, mas não escrevia nada…

Apenas orava, e orava…
Para que Deus fizesse calar o ruído das armas

Que martelavam meu cérebro e ouvidos,

 Pondo-me em estado de alerta…

 Ao imaginar bandeiras esgarçadas,

 Hastes cravadas ao solo, pelas mãos de soldados

Ao se apossarem de novas terras ensangüentadas.

 Naquela época, o relógio do tempo era calmo…

Não gritava, não dava ordens, nada demarcava…

Para ele pouco importava o fim, ou o começo de nada!


 Ah, se eu entendesse de profecias quando criança,

 E soubesse que o instante é fixo,

Mas não duradouro, talvez não tivesse sofrido tanto!
  

Ah, quisera ainda lembrar das santas…

Que cultivavam rosas…
E de suas imagens cristalizadas,

 Ocultas em algum canto de minha memória!


Aonde, o mundo, o povo sem vida

 Enterrando seus mortos?

Como seria bom serem eternos,

Somente pensamentos que nos fizessem reviver

Momentos mágicos!

Esquecer eu quisera…

 Mas como?

Se ainda me lembro o quanto doeu,

 E dói, o terror do holocausto,

Da guerra maldita que me volta à memória,

 Ou em pesadelos, reaviva meus medos,

Fazendo rolar novamente…

Cada lágrima chorada dos meus olhos…!

Iracema Zanetti

À amiga Rivkah Cohen


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PROHIBIDO AMOR

Posted by amizadepoesia em Fevereiro 24, 2007

Paraíso terrenal que nos cautiva,

como fruta prohibida es tu amor.

Serpiente que me incita a pecar,

estallido de locuras por doquier.

Moldeas mi cuerpo con tus manos,

alfarero regodea con su arcilla.

Palmo a palmo lo tallas a medida,

de tu cuerpo apetente de placer.

Me sumerges en tu copa de champagne,

en burbujas me elevo hasta las nubes.

Mis pupilas que asemejan dos estrellas,

bajo una luna cómplice se estremecen.

 

©SKORPIONA

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O tempo…

Posted by amizadepoesia em Fevereiro 24, 2007

 Pelos vãos dos dedos escoa…

Ampulheta de areia, relógio que não se cansa,

E nem sequer suaviza uma esperança.

Te perder…me magoa.

Se o tempo ligeiro, voa,

E apaga tristes lembranças,

Melhor! Assim ocorre mais rápido as mudanças.

Mas….se agrava a desventura,

Trazendo a realidade inexorável e dura,

Duros serão os espinhos da coroa,

Revivendo momentos de outrora.

Louca de dor agora!

Melhor seria que o relógio parasse,

E a vida permanecesse no tempo da ridente aurora.

Nelim Monti

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PORQUE VOCÊ É ÚNICO

Posted by amizadepoesia em Fevereiro 24, 2007

Não viemos ao mundo por acaso, simplesmente por vir. Temos um lugar a
Ocupar. Um papel à nossa espera, uma missão a cumprir.
Um apelo nos é feito a cada instante e a nossa resposta é urgente e
inadiável, única e singular.
Essa é a responsabilidade de cada um: a certeza de que somos
insubstituíveis, na íntegra, porque ninguém é igual a ninguém, pessoa alguma
é igual a mim ou a você.
O meu sim é diferente do seu, assim como a sua história é diferente da
Minha. O meu temperamento é único, como únicos, a sua concepção de vida e a
Sua visão do mundo.
A sua maneira de ser é só sua e você pode decidir de um modo ímpar em
relação ao todo. Mas, embora únicos, não vivemos separados.
Fazemos parte de um bloco, uma gigantesca engrenagem, que depende de cada um
Isoladamente.
Há uma ligação constante e permanente, de cada um com o todo. O mundo, a
Humanidade, dependem da minha decisão, da sua ação, do meu espírito, da sua
inteligência, do meu otimismo, da sua compreensão, do nosso amor.
Se você se esquivar, se você negar a sua parte, haverá uma lacuna e ninguém
poderá preenchê-la. O que é seu, só você mesmo pode dar, por que você é
único.
O mal do nosso tempo é acusar o mundo e a humanidade como se não fizéssemos
Parte deles e fôssemos tão somente simples espectadores.
O mundo somos nós. Nós somos a humanidade. Somos muitos. Embora sendo
Muitos, somos um só corpo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
Porque assim como em um corpo, temos muitos membros, onde nem todos os
Membros têm a mesma operação.
Tendo vários membros, fazemos parte de um só corpo. Mas o corpo somente
Funciona, com a ajuda de todos os membros.

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SEXTETO Sou..

Posted by amizadepoesia em Fevereiro 24, 2007

Sou areia

que pelo vento inspirada,

espargi.

Sou pássaro que em revoada,

me distanciei,

das fileiras saí..

Sou,

por mais que não queira,

como o sol

que ardentemente tua pele queima,

mas sem querer te ferir.

Sei que tenho esses componentes,

pois aqui nasci. 

Tenho garra,

sempre serei a primeira,

enquanto tentam fugir.

Sei quem sou

e qual chuva esparsa

volto a ser areia

que um dia se levantou, se fez poeira

e saiu por aí..

rivkahcohen

…*…

Não sei exatamente por onde vou,

mas sei quem sou,

Sou filha da terra,

Não sou prometida,

 mas sou comprometida…

O vento não leva minha sombra,

mas ronda minh’alma,

Meu pranto se acalma…

Nada sou…

Mas igual aos outros não sou!

Com o sol na face,

sigo sem disfarces,

sem medo do embate,

Percorrendo caminhos áridos,

posso ser primeira,

posso ser última,

mas sempre serei eu!

Sem medo do tempo,

sem medo da dor…

Nunca me deixarei cair…

E assim vou indo por aí…

Catherine Roosenfild

pra RivkahCohen

…*…

Sim,

sou areia…

base das palmeiras,

batida pelas infindáveis azuis ondas,

a que o mar carrega e  que pisas,

no deleite,rindo da pegada.

A de ampulheta,

mostrando o tempo que me resta

e o que vivi;

a trazida pelo suão,

vento com aroma de deserto,

humedecendo teus olhos um  ínfimo grão,

que ou sacodes

ou vagarosamente e sonhadora,

desliza entre os dedos afinal um grão

igual a tantos outros milhões iguais…

e diferente de todos,se na tua mão

e no teu olhar…

Henrique Ramalho

…*…

Sou

Sou um ser perdido

no meio do deserto

embalado

por cantos israelitas

Sou irmão

de todos os filhos de Deus

que amam a Paz

a Harmonia

a Dignidade humana

Sou um sorriso

para o futuro da humanidade

que cresce com as crianças

na felicidade e na sua protecção

Beijo as flores

no seu encanto

no seu aroma

embaladas pelo vento

Sou um poeta

que se sente feliz

na companhia da amizade

de RivkahKohen

Com o sorriso

 para uma humanidade

que se quer próspera

neste mundo

por vezes de violência

Cada grão de terra

no deserto

pacífico

poderá ser mais um poema.

Pedro Valdoy

 

Lisboa Fevereiro 2007

…*…

Sou… 

 

Sou como um rio de águas turvas

Correndo ao léu sobre as agruras

Lavando o fel da margem impura

Do vício louco da paixão

 

Sou luz do Sol mirando a Lua

Que tão tímida se insinua

E reflete o brilho que atenua

O lado obscuro do coração

 

Sou chuva forte lavando a rua

Por onde andas à luz da Lua

Buscando rimas nas esquinas duras

De tua vida louca e sem razão

 

Sou vendaval soprando runas

Dos teus segredos e letras nuas

Diluindo tuas verdades cruas

Num tom harmônico de diapasão

 

Sou teus anseios, tuas loucuras

Teu lado místico, tua caricatura

O teu Narciso na fonte lúdica

O amor que buscas, sou o teu perdão

Luiz(cacau)

…*…

Sou apenas uma margarida

que tenta ser feliz

em meio a tantas flores

que esperam o abraço do vento

o beijo ardente do sol

o carinho dos beija flores

e o olhar dos apaixonados.

Quando em buquê,

ofertado à namorada,

a simplicidade do branco

simboliza a serenidade;

o miolo amarelo,

a esperança do amor

sempre presente.

Meu caule é frágil,

mas assim fui feita,

para vergar-me ao vento;

assim como um grande amor,

para ser eterno,

submete-se ao destino.

Guida Linhares

Santos/SP

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Pano de fundo

Posted by amizadepoesia em Fevereiro 24, 2007

Dos primeiros

oito anos de vida,

presentes ou remotos

em nossa existência…

Quem não se lembra

das peraltices dos

amigos de melhores

Influências?

O traço amargo

da vida de um homem,

é um desenho que o cinge

sem que ele perceba…

Quando se procura esquecer

os bons momentos, que se

passaram nos primeiros

anos de formação de um ser.

Lembro-me de um quadro

que se emerge do âmago

da minha lembrança.

Um passado do meu

tempo de criança.

Da varanda grande,

acostumava ver o

declinar do sol,

tão deslumbrante…

Parecia ouro em poeira

deitando sobre a planície,

trazendo o silêncio da tarde

e a noite com a sua a meiguice…

De um céu estrelado,

majestoso e profundo.

Para sempre em minha vida,

eis aqui, o meu pano de fundo.

jjoseluidonatto

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Certeza

Posted by amizadepoesia em Fevereiro 24, 2007

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando…
A certeza de que precisamos continuar…
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar…

Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo…
Da queda um passo de dança…
Do medo, uma escada…
Do sonho, uma ponte…
Da procura, um encontro…
(Fernando Pessoa)

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