dêem-me exéquias
Posted by amizadepoesia em Maio 5, 2007
não me basta essa cova rasa,
estreita e tão habilmente aberta…
esse aperto sisudo de espera
não me assiste nesse trago;
porque o que te parece ousadia
é anarquia dentro de casa
é porta afora descaso,
fracasso ambulante
trajado de filosofia barata.
não busco elos,
não quero versos paralelos;
quero a laje tumular,
fria, tal qual o tolo pediria
numa insana prece…
não me basta o eco romântico,
há uma dimensão incontida
no meu canto tântrico,
sinto varado como fome
o vazio que me consome.
na carne a febre que me gasta
sutil como o laço que se desata,
escorre tão lento quanto me afasta
cobre minha boca gelada
entreaberta na palidez do calafrio,
estatelada no chão e no teto.
dane-se parecer com o velho perfil
dos novos desregrados,
pobres ululantes deserdados;
baixa a terra sem afeto
esquecido, caro Prometeu
tal qual aqui viveu…
angélica t. almstadter
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