ALMA BRANCA

Exponha sua alma
Ao brilho do sol
Que ela sinta calor
Que ela sinta amor
Que ela seja desperta
Que ela sai do alerta
Que ela ouça a canção
Que ela deixe a ilusão
Que ela encontre a razão
Que ela voe igual pássaro
Que ela flutue igual às nuvens
Que ela ande igual o vento
Que ela seja igual à brisa ao te tocar
Que seja uma alma serena
Pura igual à neve
Que cante uma canção
Que toque seu coração
Que seja emoção
Que seja sua realização.

Fafá Lima

Momentos

Parti, sim, naquela tarde sombria,
Mas te trouxe no meu olhar de saudade.

Ouço, no silêncio de cada a amanhecer,
O teu sussurro, pedindo-me para voltar.

Voltarei com a ternura de um apaixonado
para transformar em beijos, o meu silêncio.

Você e eu, eu e você, no amor,
viveremos o perenal sabor dos sonhos.

Tarcisio R. Costa

Momentos

Que a vida não seja apenas sentida
no momento daquela partida

Que a fala muda deste tempo
revele mais que aquele momento

Que teus olhos tragam o sustento
de um beijo não dado ao relento

E que a vida em momentos continuada
um dia me traga você e mais nada…

Maria Inês Simões

MADELEINE

Desapareceu de casa de seus pais
Uma criança de três anos de idade,
Outras como ela haverão mais,
Deixando para trás toda a saudade.

 

Uma criança inocente não merecia
Isto, roubaram-lhe a inocência
E a noite de angustia se fazia,
Aos criminosos a sua clemência.

 

Por onde andas tu criança amada?
Que te fizeram esses bandidos?
Porque não escutam eles a chamada

 

De teus pais sem saberem o que fazer?
Vejam como eles andam tão sofridos,
Querendo talvez antes assim morrer.

 

Jorge Humberto

ESTARÁS COMIGO

Por onde quer que eu ande
por onde quer que caminhe
levar-te-hei em meu coração
qualquer que seja a estação
ou o lugar onde me aninhe

Estarás comigo em pensamento
abrigada no altar de minh’alma,
estrela guia do meu firmamento
viva no céu dos sentimentos
deusa lua, anjo de minha calma

Estarei contigo eternamente
nas intersecções do caminho,
ainda que ora caminhe sozinho
em direção ao sol quase poente
dos meus versos em desalinho.

As paralelas tornar-se-ão congruentes
e coincidentes cortarão os planos
romperão as barreiras dos anos
entrelaçadas assim perenemente
na tapeçaria de amor que criamos.

Jorge Linhaça

Estou aqui

Estou aqui
De novo
Tentando
Entender-me

Sou muitos
Sou tantos
E no entanto
Não sou nenhum

Penso em ser
Quando deixar
De ser o que sou

Ai serei
Realmente
Pois, serei
Essência

Serei
Chama
E cristal

Mutante
Em evolução
Lava de vulcão
Em ebulição

Serei
A fala
O grito
E o silêncio

Serei o vácuo
Onde tudo se cala
Serei o oco o vazio

Serei a vela
A chama e o pavio
Pra iluminar o caminho

Se houver caminho
Pra se caminhar
Quando a monada
For nada

ABittar

Eu insisto

Eu insisto
Não desisto
Eu procuro
Até achar

A mulher ideal
Quem já
Sonhou com uma
Sabe qual

Amada, amante, musa, amiga
Puta, anjo, vampira, piranha
Mãe, esposa, mulher

Aquela
Que todo homem
Quer

Pra ser sua
Só sua
Mulher

ABittar

CANTAREI O AMOR

Acima de tudo
cantarei o amor

O de Cristo e Confúcio, o de Romeu e D. Juan,
acima de tudo cantarei o amor .

Em todos os momentos, lascivos ou gloriosos,
mansos ou eróticos,
unindo dois ou arrastando milhões,
nascido da ternura ou da revolta,
procriando seres ou idéias,
acima de tudo cantarei o amor.

O amor
– cimento e força –
que constrói e ilumina
que convoca e conquista,
– bola de neve do Bem inevitável –
acima de tudo cantarei o amor.

E o tirarei do coração
como a hóstia do cálice
ou o sol, da manhã,
ou a espada, da bainha,
– fulcro para a alavanca do meu verso
mover o mundo –

acima de tudo cantarei o amor.

Arte de origem desconhecida

Vermelho e branco

O sangue vermelho
do homem branco,
do homem prêto,
do homem amarelo,
o sangue é vermelho,
é um sangue só.

O leite branco
da mulher branca,
da mulher prêta,
da mulher amarela,
o leite é branco,
é um leite só.

Deus pôs por dentro de homens
e mulheres
de aparências tão diferentes,
uma humanidade só:
– o mesmo anseio, a mesma fome,
o mesmo sonho, o mesmo pó;
o mesmo sangue vermelho,
da côr da vida, da côr
do amor,
e mais:
o mesmo leite branco,
da côr da paz.

 JG de Araujo Jorge

Mesa de bar

Numa mesa de bar…..um bolero a tocar

bebo doses de voce…..que me embriaga…

no cigarro fumar….aspiro saudade

numa forte tragada….

que está impregada de voce……

tragada que invade meu sangue…

domina minhas lembranças

cativas de sua presença….

tragada expelida….fumaça revelada

de todos seus retratos, filmes ..

de nossos momentos….bebida sentida

em sensações, prazeres…embebida

mesa de bar, povoada

de todas as dores de sua partida

provocada, orgulhosa

arrependida…

bolero,…carrasco…insensivel

abrindo feridas…mal fechadas…

doloridas…nunca cicatrizadas…

por uma saudade implacavel…

por esta mesa…passa toda nossa vida…

até a hora da partida….infeliz momento..

chega de sofrimento…chega de mesa de bar..

chega de tormento…vou correr atras de ti…

suplicar para me perdoar…pelos desencantos

pelos sofrimentos que lhe fiz passar…

nesta mesa de bar…vou jurar…

se me perdoar…jamais a vou magoar

nesta mesa de bar, vou brindar

com o bolero no ar, um drink a saborear

numa tragada a sentir, que desejo somente a ti

e  jurar, somente  a voce vou amar

Joe’A

PALESTRAS AO VENTO.

O Poder do “Sema”
Oferece a força necessária
As asas da imaginação.
A semântica assume os trilhos,
Os sentimentos, a visão.
E a eloqüência o aglutinador
De cada emoção.
Para desenvolver idéias, temas
Que ajudem a universos
A solucionar melhor a suas vidas diárias
Com todo pungência e dedicação.

Recebi hoje do Escritor Amigo Charrir
Algo que me fez sorrir.
A idéia simples e agradável
De palestrar ao vento,
De maneira que ele próprio
Abra as sementes ao grandioso povir,
Que mentes equilibradas
Possam juntos construir

Evilasio de Sousa

Sabe aquele beijo?

Sabe aquele beijo?
Hum…Aquele beijo que eu te dei;
Só de pensar,

Sinto na boca
O sabor da tua boca
Junto a minha boca.

Aquele beijo
Foi quando tudo começou

E hoje é só saudade
Mas, o amor não acabou
É saudade

Mas é saudade da boa
Que dói mas é gostosa essa dor

Porque eu,
Pelo menos eu
Ainda tenho o amor

É só pensar
Naquele beijo
Que eu te dei

E sinto na boca
O sabor da tua boca
Junto a minha boca

Feito louca
Como éramos então
Loucos de paixão

ABittar

SOB AS ONDAS DO AMOR

Mergulhamos no mar da paixão

nossos corpos já encharcados

na lascivia do nosso tesão

entumescidos de amor, excitados

Cada toque, um choque sentido

o mar a nos acalentar o desejo

sob as ondas os corpos aquecidos

bocas a se buscarem em beijos

tua umidade misturada ao mar

o balanço das ondas, a invasão

tantos gozos a se compartilhar

os pés na areia a procura de chão

São dois corpos ou um apenas?

Quem pode ao certo responder?

As gaivotas no ar serenas,

ou os outros a praia a percorrer?

Para que respostas, que importa?

se vivemos assim nossa fantasia,

abrindo do infinito amor as portas,

nos entregando em pura harmonia.

Jorge Linhaça