amizade e poesia

Alguém que faz você rir…Alguém que faz você acreditar em coisas boas…Alguém que convence você …De que existe uma porta destrancada…Só esperando para que você abra. Esta é a Amizade Para Sempre.

Archive for 1 de Abril, 2008

Filho meu!

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Se os teus sonhos mais caros ameaçam desmoronar, prossegue tu, construindo.
Se a sombra ameaça tomar conta dos teus pensamentos,
coloca-te sob a luz da oração, e segue para frente.

Se decepções te assolam o coração sensível, continua alimentando
 o amor em cada gesto, a fim de que o teu amor te faça forte em todos os lances.

Em tudo, age com serenidade, sem precipitação, confiando no amparo do Mais Alto.

Na Terra, toda situação dolorosa é transitória.
Só o amor de Deus é eterno e maior que toda tribulação.
Amém.

Scheilla

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Resposta ao Passado

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

De dentro do meu fôlego ambulante
Eu não parava ali, seguia adiante,
Olhando nas vitrinas, pelas gretas,
O vulto do meu corpo refletido,
Que ia passando, curvo e entristecido,
Pelo roteiro longo das sarjetas.

E assim… do nada… vinham para as boêmias,
As voláteis criaturas de almas gêmeas,
As almas raras, íntimas e eternas,
Dos meus poetas da Graça e da Harmonia,
Espíritos que espalham a poesia
Sobre os balcões molhados das tabernas.

Os cantores da métrica e da rima,
Também dos versos brancos, como o Lima,
Mestres da perfeição e da elegância,
Roberto Medeiros… Belmiro Braga…
Alves Junior… Zé Carlos e Zoquinha…
Enviando saudações lá da distância,
Lembrando-me que o tempo não apaga
O que ficou escrito numa linha.

Depois, quando eu voltava do impossível,
E punha os pés no meu mundo visível,
Mundo de casas, lojas e quitandas,
Eu vinha imaginando o amanhecer,
Pois logo o sol faria adormecer,
Todas aquelas sombras das varandas.

Tinha um sobrado antigo e desbotado,
Com um jardim sem flores, pendurado,
Qual um quadro sem cor na rua calma.
E sempre que eu passava ali defronte,
Ouvia o burburinho de uma fonte,
Soluçando no fundo da minha alma.

Na esperança de ser o choro Dela,
Gotejando da beira da janela,
Eu me agachava ali, na doce espera…
E então podava os ramos da saudade,
Na mesma crença e na tranquilidade,
Que o jardineiro aguarda a primavera.

José Antonio Jacob

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Da minha vida

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Enquanto procuro o caminho da vida,

sinto-me no meio da escada,

das rotinas que mais parecem pontes,

meio indo, metade vindo do sem fim.

 

 

Quero caminho novo, mais fácil,

um pé deslizando sobre outro,

as mãos jogadas sobre um ombro,

o sol batendo no rosto alegre.

 

 

Interrompem meu adeus, por favor,

peço que rolem os risos,

quando partir não estarei melhor,

não importa se tem promessa de felicidade.

 

 

Tenho frases pra dizer do ontem,

do que deixei na beirada da vida,

dos quases que não mudaram em nada,

das promessas que fiz pra meus amigos.

 

 

De tudo só a certeza de recomeçar todo dia,

continuar lua e sol, levantar no bater do sino,

interromper o sonho para fazer a realidade,

terminar um pouco antes e morrer depois.

 
Caio Lucas

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Rosa da Amizade

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Cultivemos a rosa da amizade
      logo ao despertar bem cedinho.
      Ao abrirmos a janela da alma,
      desvelando-se em muito carinho.

      A Amizade, um doce bálsamo
      a trazer muito estímulo e alegria.
      Sem ela, nada somos de verdade,
      pode vir a ser a melhor companhia.

      Há que se levar sempre em conta,
      que os amigos/as tem cismas e defeitos.
      Acolhê-los/as de pronto, com braços abertos,
      fará retirar do amargor, os piores efeitos.

      Quando de verdade se diz  a alguém,
      quanto de significativo se torna p`ra nós,
      tê-lo/a bem pertinho, sem torná-lo/a refém,
      representa que jamais seremos seu algoz.

      Entenda..quando se gosta tanto,
      se quer ter a mais plena convicção,
      de que aquele amigo/a nos quer bem,
      compartilhando-se em dupla emoção.

      Convidem um amigo/a para ouvir
      as notas envolventes destas Czardas,
      brindando com um doce vinho frisante,
      a celebração da vida às gargalhadas.

      Tão bom sentir esse suave momento,
      que envolve em uníssono os corações.
      São tantos os desconfortos do mundo,
      que bem fazemos, ao estendermos as mãos.

      Seguindo juntos pela senda da estrada,
      seja em canteiros floridos e perfumados,
      seja em campos minados por ervas daninhas,
      a amizade sustentará os ombros cansados.

      Cultivemos pois, queridos amigos/as
      a rosa da amizade com atenção.
      Que se cuidem de deixar os espinhos,
      pois a natureza os criou para a sua proteção.

      Se porventura, algum dia neles te ferires,
      olha para a beleza das pétalas, a perfeição!
      Sintas que mesmo entre iguais há dualidade,
      que revelará a ti mesmo, o teu próprio coração.

Guida Linhares

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O MELHOR DO MUNDO SÃO AS CRIANÇAS

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

 Não fazer nada. Só observar o silêncio.
                  Desligar-me completamente
                  do quotidiano.
                  Do que me diz e perdiz.

                  Sair por aí sem rumo marcado
                  guardar as horas no bolso e esquecer-me
                  das minhas tarefas e responsabilidades.

                  Subir a umas escadas quaisquer e tocar
                  o céu, só por imaginar.

                  E lá do cimo de tudo o que alcanço
                  por um instante impar
                  ver-te passar solene e formosa a caminho de casa:
                  mais nenhuma mulher me interessa ou desperta
                  do meu sono acordado.

                  E onde a orla do rio tocar meus pés
                  deixar aí os meus pensamentos
                  como borboleta insinuando-se na água.

                  E escutar o som dos pinheiros em verde ouro
                  balançando ao leve sabor da brisa.
                  Sentar-me e deixar-me adormecer, mas
                  só por fora, onde a fotografia não possa criar incesto.

                  Sentir o vermelho do sol entrando pelas
                  minhas pálpebras fechadas e imaginar que não sou aqui
                  mais que uma parte integrante da Natureza
                  que incomoda a sincronia das coisas autênticas.

                  Abro os olhos. Não gosto do que vejo.
                  Gente apressada passando por mim sem me fazer reparo
                  um tanto de delicadeza.

                  Mas não tudo é brutal e a esperança morreu.
                  Não se pode ir de encontro ao concreto do cimento.

                  Sento-me num banco de jardim
                  para ver as crianças brincar e a inocência tomar conta de mim.

                  Jorge Humberto

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A FARSA DOS DIAS FESTIVOS

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Já muito falei, em miséria e pobreza
mas a miséria maior está na riqueza
de alguns, que tendo, não partilham
o que, só para os próprios assimilam

Nada há, que tenha, tal indelicadeza
como fingir, ao pobre, a sua nobreza
E quando nos dias festivos convidam
as gentes a eles mesmos se admiram

Pessoas sem vida e capitalistas fúteis
agarrados aí ao poder, como se lapas
seus corpos, incongruentes, e inúteis

Mas são acima de tudo gente doente
cheios de calmantes mijando em latas
deixando para trás tudo, até parentes

Jorge Humberto

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Cada coisa é como é

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Que a maçã seja assim,
somente maçã,
e o tigre, somente tigre.
Que as estrelas
sejam somente estrelas
e que o rinoceronte
seja rinocerante
desde sua enormidade
até a mesma ponta
de seu agressivo corno.
Ninguém sabe porque
e sem duvida
que maravilha é
que cada coisa seja
tal como é
Ninguém sabe porque
meu amor por ti
é como é.
Ninguém sabe porque
somente eu amo a ti
Ninguem sabe porque
é isto assim
E eu sonho
E eu creio
E eu somente gosto de ti
Cada coisa é como é
gostar-te
desejar-te
pensar-te
quere-te
e não ter-te
Cada coisa é como é
E este amor é somente meu
Cada coisa é como é
e nada posso eu mudar.
seguirei querendo-te
somente eu
poruqe cada coisa é como é…

marta

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A Noite do Meu Bem

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Enquanto teço com as minhas mãos,
os fios invisíveis que nos prendem,
nesta teia entretecida de ilusões,
MIL desejos APAIXONADOS se acendem!

Nosso leito está à nossa espera,
na lembrança das horas cheias,
impregnado de mil quimeras,
de uma fantasia a mancheias.

Teu jeito de ser, algo assim tão especial,
ajeitando entre as mãos a faísca sagrada ,
acenderá as brasas de uma fogueira real,
ARDENDO A NOITE TODA NA FRIA madrugada.

Na SAUDOSA recordação dos teus carinhos,
tuas mãos ávidas EM MEU CORPO passeando ,
percorrendo todos os ESPAÇOS E caminhos,
SÃO MOMENTOS QUE VOU ASSIM ACArinhando.

NossA SENSUAL DANÇA EM TUDO REVELA,
a união dOS DESEJOS DO CORPO E DA ALMA,
em sinCRONIA plena que ENFIM DESVELA,
o ENTERNECER QUE CHEGA NA NOITE CALMA.

Nosso MAIOR desejo de sintonia,
se desenrola em meio às carícias,
quando damos vazão à fantasia,
NA NOITE REVELADORA DAS DELÍCIAS

Guida Linhares

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Ai, Se Eles Me Pegam Agora

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Ai, se mamãe me pega agora de anágua e de combinação
Será que ela me leva embora ou não
Será que vai ficar sentida, será que vai me dar razão
Chorar sua vida vivida em vão
Será que faz mil caras feias, será que vai passar carão
Será que calça as minhas meias e sai deslizando pelo salão
Eu quero que mamãe me veja pintando a boca em coração
Será que vai morrer de inveja ou não
Ai, se papai me pega agora abrindo o último botão
Será que ele me leva embora ou não
Será que fica enfurecido será que vai me dar razão
Chorar o seu tempo vivido em vão
Será que ele me trata à tapa e me sapeca um pescoção
Ou abre um cabaré na lapa e aí me contrata como atração
Será que me põe de castigo será que ele me estende a mão
Será que o pai dança comigo ou não?

Chico Buarque

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Quem manda no coração? Sei não!

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Vovó chamava zíper

de reco-reco.

Abre e fecha!

Termina recomeça.

Que coisa!

Que treco!

A protagonista é você.

Não serei eu…

Quem vai finalizar a peça.

Também já comi pato

jurando que era marreco.

Rosa Pena

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ELEGIA AMOROSA

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Emerjo das profundezas do mar
      para declarar meu amor por ti.
      Simplesmente cansei de esperar.
      Seja o que Deus quiser, refleti!

      Contudo a recíproca não espero.
      Acho que gostas de ser solitário.
      Apenas te amar é o que mais quero.
      Mas não me prendas no teu aquário.

      Dizer “EU TE AMO” preso no peito.
      Ver teus olhos sorrirem de alegria.
      Porém na vida nem tudo é perfeito,
      guardarás contigo a doce elegia ** .

      Desvelada declaração de Amor,
      por todos os planetas do universo.
      Saturno e Marte brindarão com ardor
      a plenitude do singelo verso.

      Poema de plena amorosidade.
      Um só coração em mentes distantes.
      Chegamos à porta da Felicidade.
      Nela seremos eternos Amantes.

      Deixa que eu te ame simplesmente,
      sem pensar na continuidade.
      Assim o coração ficará contente,
      vivendo ondas de felicidade.

Guida Linhares

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Coração sofrido

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

As enérgicas batidas
      de meu coração sofrido…
      assemelham-se à campainhas
      soando pelo mundo
      em todos os cantos.

      Perco-me em recordações…
      desejando trazer de volta
      aqueles bons tempos…
      que ao longe ficaram perdidos!

      Onde andarão…
      onde se esconderão
      aqueles dias de tanta
      felicidade?

      Onde andará você…
      que não se afasta de minha
      saudade?

Vyrena

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Cicatrizes

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

E quantas e quantas vezes, mesmo sem querer,
mesmo sem desejar, ferimos a pessoa amada,
ferimos os que mais amamos,
que estão mais perto de nós,
lá entrelaçados em nossa alma, em nossa vida.
E ferimos a nós mesmos.
E distâncias se fazem, mesmo estando perto.
 Construímos abismos e derrubamos pontes…
arranhando nossa alma, nossa vida, nosso coração.
E mesmo que sejam momentos, que sejam instantes, ou não,
um dia o tempo cura as feridas, mas as cicatrizes… essas… ficam…

Tuas unhas deixaram em mim
rastros de dor.
Cicatrizes que agora
ardem sem parar.

No peito o coração
pulsa doido,
lento e triste diante
de minha realidade.
O choro cala fundo
no espírito conturbado,
embaçado pelo calor das
lágrimas que tanto caem.

As cicatrizes são vísiveis,
não sangram do lado de fora,
mas doem como eu…

lhe querendo…
desejando em fogo ardente,
sem poder agora lhe ter.

O lago da esperança já secou,
naufragou na areia do deserto
que me deste, não há mais
presente, nem amanhã,
somente o choro meu,
choro de dor, nas palavras
do silêncio que causaram
cicatrizes de amor…

Maria

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COMO SE EU FOSSE

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Tuas mãos acariciando-me
em delicados toques
despertou em mim todo o desejo

Ficar com teu cheiro
deixar-te o meu
em tuas mãos
em teu corpo
em tua alma

Trataste-me com tanto cuidado
eu me senti uma flor
que se abre devagar

Como se frágil eu fosse
te permiti me desfolhar
e descobri o amor

Célia Jardim

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CARTA DE AMOR

Posted by amizadepoesia em Abril 1, 2008

Encontrada no carro do metrô, e dizia assim:

 

“Estou pensando seriamente em declarar greve de mim a você, por tempo
indeterminado. Não me pergunte os motivos. Você sabe. Ou é melhor que não
fique sabendo, porque assim a greve é mais completa, e eu quero justamente
ser um grevista mais total do que os outros grevistas que brigam por salário
decente e condições decentes de trabalho.

 

Quero que você fique perturbada e confusa, sem saber o que eu estou fazendo
ou deixando de fazer, e a todo instante a se perguntar: “Que greve é esta?
Em que consiste? Quando vai acabar? Que coisa mais idiota.Ӄ isso mesmo:
você achará idiota a minha greve, porque não a entenderá. Então, o menor
gesto que eu fizer, a palavra mais sem significação, tudo se transformará
para você em enigma, você me sentirá o cara mais misterioso do mundo, por
que não dizer: o mais tenebroso.

 

Se pequenino e encantador cérebro de colibri dará voltas a si mesmo e não
perceberá o sentido da minha abstenção oculta – de quê? E eu continuarei
firme, inflexível, grevista, sem expor minhas reivindicações.

De jeito nenhum.

 

Então você se desmanchará em suspiros, se enrodilhará toda a meus pés,
pedirá perdão de faltas não cometidas, e que eu não sabia que você fosse
capaz de cometer. Confessará também as cometidas, mas eu não darei bola e
continuarei a tratar você da maneira ambígua que estou anunciando. Você será
um poço de petróleo repleto de amor, eu recusarei sondar esse poço
inesgotável, ou finjo que estou sondando mas com vontade de não encontrar o
menor indício de petróleo. Esta fase será curta, pois não quero abusar de
sua amorosidade ofertada. Passemos à segunda fase.

 

Você se irritará comigo e, perdendo a paciência, me dirá duas ou três coisas
ácidas. Jogará um copo na minha direção. Ou uma xícara, dessas do trivial do
café. Eu desviarei o corpo do copo ou da xícara, e se você me jogasse em
cima um samovar seria a mesma coisa: não desistiria da greve. Aí você
adotava em princípio a idéia de enlouquecer. Só em princípio. Eu é que estou
pinel – concluiria você. Conclusão provisória, a ser confirmada pelo
psiquiatra, mas o psiquiatra, que é meu amigo, lhe responderia: Ele é assim
mesmo, isso passa.

 

Não vai passar não, talvez minha greve seja eterna, e nunca mais seremos
aqueles namorados que conquistaram o Oscar de melhor idílio no Festival de
Angra dos Reis. Continuaremos, sim, dois namorados unidos por esse laço
invisível da greve, como o empresário está cada vez mais preso ao
assalariado, ou este àquele, quando entram em conflito de interesses, mas
esta nossa categoria não dá prêmio.

 

A terceira fase… Haverá terceira fase? Você apelará para nossos amigos
comuns, ou para o Ministério da Comunicação Social, que aliás não existe,
existe só o Ministério, não a Comunicação? E que é que eles podem fazer para
acabar com uma greve tão fechada, tão silenciosa, tão sutil, que nem a
reforma da legislação trabalhista, por engenhosa que seja, lhe dará remédio?

 

Bem, se você faz mesmo questão fechada, se sua vida ficar dependendo da
elucidação das causas primárias e outras, da minha greve, então eu deixo no
carro do metrô um envelope lacrado com os seguintes dizeres (no verso):

 

Razões e sem razões

 de minha

 greve particular

 

para ser aberto

no caso

de uma explosão nuclear

 

Não adianta abrir, nessa emergência? Nem haverá quem abra o envelope? Quem
sabe? Sempre resta um sobrevivente, ou vários. A Bíblia o demonstra. Eu não
posso revelar o meu segredo nem diante de uma comissão de inquérito
parlamentar. Minha greve é absoluta. Tenha paciência, garota, não faço por
menos, nem admito intervenções no meu sindicato. Meu sindicato sou eu.

 

Tem uma coisa. Não deduza de tudo isto que estou declarando guerra. Guerra é
guerra, greve é outra coisa, e a minha então é outríssima. Sem quebra,
atenuação ou extinção de amor. Pois você não vê, boba, bobíssima, que isto
ainda é amor, é mais amor do que amor, é minha forma de amar você, de um
jeito só meu, que nem você mesma é capaz de aprender em sua mineral
abismalidade? ‘Dio come te amo! Até.

 

Carlos Drummond de Andrade

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