Foi ela que num cândido sorriso
A lira me afinou, que hoje é só pranto;
Foi ela que dos olhos ao quebranto
Iluminou-me n´alma um paraiso!
Foi ela que exaltou-me de improviso
De amor ao céu, nos vôos do seu canto;
Foi ela!… e agora à fimbria do alvo manto
Fugir não sei, sabendo que é preciso!
Foi ela!… zelo atroz cavou-me fundo
O peito, e já não vejo como alcance-a
Para beijar-lhe o resplendor jocundo!
Foi ela… Deus, me tira desta ânsia!
Prende as asas da sílfide que ao mundo
Irmã da luz, baixou da eterna estância!
Francisco Moniz Barreto