Abra-me tuas portas majestoso salão!
Portas douradas tocadas pelo mistério
Portas que guardam a emoção que me abraça
e me joga em meio a tudo,
em dança suave de gestos compassados,
apresenta-me a paixão…
Tão forte és,
que me fazes esquecer o resto, deixado para trás…
Lá, fora, não importa…
A tristeza da lugar a momentos únicos,
sonhos desenhados, lençóis jogados,
cheiro de amor no ar…
Que senhora esta paixão,
que faz me sentir um general
eleva-me sobre as próprias nuvens…
Ah, mas lá vem o tempo! Mágico de tudo…
Abre-me outras portas do salão
e mostra-me que o sonho acabará…
É instante de acordar, de buscar forças…
A lágrima roça a face
Penetra a alma, que enlutada da às costas,
fecha as portas…
O salão esta fechado!
O que antes era desejo, agora é temor…
O que antes era busca de forças e aconchego, agora evitado…
a crença sepultada…
Ah, este salão de fugas…
Doce, colorido por momentos,
mas tão feroz, sem cor e carrasco por outros;
a espera de me oferecer, quem sabe…?
Outras paixões…
Mas o medo, a dor…
Torna-me fugitivo destas portas de ilusões…
Paulo Nunes Junior