Cientes do caos do extermínio
deixado entre nós como semente,
povoamos a terra controversa
e clamamos pela paz inutilmente.
Inocente, brinca e ri uma criança
vendo pássaros voando sobre ela,
regurgitando nos cegos intestinos
o ódio que sua mente não alcança.
Pobre mãe que um dia embalou,
nas entranhas, seu filho livre, são,
e na incerta biografia, viu seu sangue,
espalhar-se nas fronteiras pelo chão.
Não há pátria que perdoe tanta injúria,
nem disparo fatal que faça a morte,
se reclamarmos todos os gerados
e paridos nesta Terra, já sem norte!
Não justifico as discórdias de Babel,
nem nego a Deus, cansado em seu refúgio,
eu só queria que todos se amassem
com as cores e idiomas deste mundo!
Mulheres, repovoem
os seus ventres,
com humanos que se amem
realmente!
Ceres Marylise