Cigana… Sim senhor!…

      Cigana… atração, ritmo, amor… magia…
      Perfume de flores… beijo sabor de canela…
      Do encantamento, ela dispõe com maestria…
      Suas vestes têm a beleza de uma aquarela.

      Faceira… misteriosa, amorosa e bela…
      Vaga pelas ruas sorrindo alegremente.
      Um mundo fraterno seu coração anela,
      Onde todos possam viver livremente!

      Cigana de muitas eras… nata vidente!…
      Sente de longe o perigo… a maldade…
      Herdou esse dom da sua mística gente.
      Conhece, dos corações, toda a ferocidade.

      Amando, bailando, cantando, lá vai ela…
      Num torvelinho de emoções, de feitiço…
      Toda a cidade dança em torno dela…
      Tudo vira festa… um verdadeiro ouriço!

      Seu amor é sua vida, ama-o perdidamente.
      Ele é seu champanhe… seu chaio cigano.
      Seu anjo protetor… seu melhor presente,
      Enviado por Nem, deus forte e soberano.

      Jamais será vencida… essa cigana valente,
      Ainda que o mundo atire setas envenenadas,
      Seguirá ela, enfrentando o mundo bravamente,
      Rodopiando, guerreando pelas encruzilhadas!

      Ela é cigana… é cigana…  sim senhor!
      Nômade destemida, defensora do amor!

      Mary Trujillo

Tuas Mãos

Quisera ter sido forte naquele instante,
Não estremecer ao teu sutil contato…
E nos teus olhos não ver amor… – Mas
Foi tão forte a emoção, o embaraço…

Tuas mãos prendendo as minhas…
Teu perfume… teu jeito apaixonado…
Do nada… meu coração voou alto, se
Deixou ficar qual menino abandonado.

Tua voz maviosa… cantava…
Tomava posse de todo meu ser…
Eram teus versos… meu poeta…
Ternura impar, insólito amanhecer!

Quisera dizer não ao juramento…
Negar o fogo que ardia em mim…
Fugir das tuas mãos tentadoras,
Quis gritar não! – Mas disse sim!

E naquele momento, perdi a liberdade,
O Orgulho… a vaidade… minha coragem…
Para viver a mais louca e linda aventura,
E me perder… na tua sideral imagem…

E tuas mãos me levaram ao espaço,
Ao pôr do sol… ao frescor da lua…
Para ali saborear minha pele ardente,
Meu corpo molhado… minha boca tua!
Mary Trujillo

SOB O LUAR DE UMA NOITE E UM PUNHADO DE ESTRELAS

Sob o luar de uma noite
e um punhado de estrelas…

dentre as milhões que escondidas…

Minhalma canta… encanta…

ao som de um piano

tocado pelos ventos e acompanhado

por um coral de anjos onde o refrão
apenas diz:

Te Amo… Te Amo… Te Adoro

E a noite se transforma em um azul

com mils luas todas cheias – norte a sul

e todo o meu interno amargor

se transforma em muito amor

E os sonhos que tudo pareciam ser

em realidade por mais um milagre Divino

a um simples DELE dito,

Une as nossas tres dimensões

corpo, alma, e espírito!

E a Morte, vem falar com nossas vidas

que embora sua missão deva cumprir

Apenas nos levará para outras dimensões

Pois foi Deus quem nos uniu

e nada pode ou poderá nos desunir!

Minhalma canta… encanta…

ao som de um piano

tocado pelos ventos e acompanhado

por um coral de anjos onde o refrão
apenas diz:

Te Amo… Te Amo… Te Adoro

 Zeca Feliz

DEVEMOS AMAR AS ÁRVORES

            Para defender a Natureza,
            temos que saber amá-la
            e bem preservá-la…
            Ajudando a preservar as florestas,
            estaremos preservando nossa vida futura…
            Abrace e beije uma árvore…
            A árvore tem vida,
            e terá sentido o seu carinho,
            dando a ela uma sobrevida,
            e mais vida a seu caminho…
            Antes de uma árvore derrubar,
            procure saber em sua sombra
            quantos já foram se abrigar…
            Não tire a vida uma árvore em vão,
            fará mal ao seu coração…

            Marcial Salaverry

QUEM?

Por onde anda o amor da minha vida?
Terá morrido?
Chegou a ter nascido?
Cadê o cara bem humorado,
com pinta de namorado?
Aquele que telefona no meio do dia,
manda flores sem motivo,
e tem um passado convidativo…
Cadê, aquele que me quer de verdade,
que sente muita saudade,
tem desejo e muita vontade?
Por onde anda quem faz amor todos os santos dias,
invadindo as entranhas,
esparramando em meio as tramas,
seu cheiro, seu jeito, seu gozo, seu gosto?
O cara que se basta, trabalha e tem o suficiente
pra levar uma vida descente…
Aquele crianção que assiste televisão
comendo pipoca com bolo de tapioca,
e cerveja na mão, me abraça do nada pra acabarmos no chão…
Cadê quem me queira como a seiva que mantém acesa a chama
da vida?
Quem bastará minha lida?
Quem?

SilCer

COMO POSSO TE LEMBRAR?

Se és perene na presença ausente,
Se és o bálsamo que inda me refresca?
Se estou vivendo porque é tão urgente
da vida sugar o fim da tarde fresca…

Se a noite começa com a lua cheia,
debaixo da sombra de uma samambaia…
Não se sabe porque hoje inda campeia
a lembrança de uma areia rodada numa saia…

Como posso te lembrar se não me deste as costas
e permaneces nos veios dos meus sentimentos…
São momentos vividos, mas são só momentos

Que se eternizam nos meus pensamentos…
Como posso te lembrar se és fortes encostas,
que voltam de milênios trazidos pelos ventos!

Mariza M.A.de Carvalho

COMO POSSO TE ESQUECER

Era uma linda noite de verão,
Quando, de repente, te encontrei!…
Ao primeiro olhar eu me apaixonei!…
Por inteiro te dei meu coração…

No sorriso, que prometia mundos,
Uma vida repleta de carinhos,
Comunhão de sentimentos profundos,
As bases para a construção d’um ninho…

Assim nascia nosso amor real,
Das alamedas d’um mundo virtual,
Fundindo sonhos e ilusões!…
Poesia que dizia de emoções…

Voei!… Nas asas da Águia fui feliz,
Até que, um dia, o sorriso se apagou,
Então, eu soube o que era ser infeliz
Sedenta de um veio d’água que secou…

A magia que envolvia aquela união
Foi destruída por mãos criminosas,
Que não suportam ver uma emoção
Livre de suas vontades maldosas…

Mentiras te levaram num repente!…
Aqui fiquei só, eu com as lembranças,
Chorando esse meu amor ausente,
Sem direito, ao menos, a esperanças…

E tu, que amei e me deixou feridas,
Jamais saberás da real verdade
Daquele tristonho final de tarde,
Que mudou o rumo de  nossas vidas.

Hoje, com tristeza ainda lamento
Aqueles dias de completa felicidade,
O que tínhamos foi-se com o vento!…
Restou-me, forte, a inconformidade…

Carmen Cristal

SOLITUDINE

            Que dor é essa, cujo fio invisível

            tece a trama que aperta o coração

            e nos chega dessa forma tão sutil

             se apossando do que ainda não existe?

            Que dor é essa que joga com a ausência

             da esperança que é sempre fugitiva,

            e friamente nos prende em sua rede

            produzindo uma terrível dependência?

            Que dor é essa tão amarga e tão antiga

             que bebemos nas taças mais profundas,

             saboreamos lentamente, gole a gole,

            e chega forte, se instala, nem avisa?

 Ceres Marylise

Realidades

            Ainda um pouco atrapalhada
            sem saber o que fazer com essa janela escancarada…
            Uma asinha tá atrofiada…
            Deve ser por não ter sido abraçada…

            Um tanto assustada…
            mas to aprendendo a por um pé na frente do outro
            logo aprendo a botá-los na estrada

            A luz da realidade ainda me faz
            os olhos querer fechar…
            mas vou com ela me acostumar
            pode até demorar
            mas estou aprendendo a gostar…

            Hoje percebo que se enxergavamos diferente
            É que por muito tempo
            aceitei vendas no olhar,
            agora tudo começa a clarear…

            Quem sabe agora, as “suas” verdades,
            eu consiga identificar…
            será intempestivo,
            mas não custa nada tentar…

            Ainda sangro um pouco,
            essa tal realidade sabe machucar!!!
            mas não chega a incomodar…
            dói bem menos do que as doses diárias de mentiras
            que você me obrigava a tomar…

            Sei que a ignorância te ilude,
            adianta eu tentar te explicar?
            Mais uma vez vou tentar…
            Mesmo “faltando” por aqui
            eu sempre soube administrar,
            a falta de caráter é que não deu pra segurar…
            Você chama isso de ciúmes
            eu chamo de me respeitar.

            À noite tenho sentido frio,
            mas me disseram que é melhor
            do que sentir aquele imenso vazio…

            Hoje meu anjo da guarda até
            tirou um coxilinho,
            trabalhou tanto ultimamente,
            tadinho!!!!

            Como podes ver,
            eu to bem.
            Ontem passei mais um dia inteirinho
            sem precisar dizer amém
            e sem ouvir mentiras de ninguem

            É…
            mas hoje a gente se encontrou…
            viu como eu estava em paz?
            acho que o termo correto é feliz…
            mas ao seu lado durou só um triz…

            Pena que você veio
            pra, novamente, me magoar…
            se quem ri por último ri melhor…
            a dor de quem chora por último
            eu não quero nem imaginar…

   Má Oliveira

Permissão

      Permita Senhor
      Que da terra brote sempre a flor
      E que da flor aconteça
      Os meus olhos para contemplar
      As violetas que eu não tenho
      E o alfazema que não sou
      E eu preciso Senhor, dos girassóis
      Do aconselhamento dos lírios
      Do esplendor do orvalho
      Adornando a relva de brilhantes

      Permita Senhor, a primavera
      O trabalho das abelhas
      O bailado do beija flor
      A formiga com o seu ninho
      E a árvore para o castor
      O despertamento nosso de cada dia
      Na alegria das ovelhas
      No riso do pastor

      Joao das Flores

Incoerente Despertar

  Livre despertei de sonhos
                  adormecidos nas lembranças
                  revelando medos e fantasias 
                  ocultas  nas sombras
                   de uma realidade
                   que vivia esperançosa
                  de  poder  reencontrar
                  um  elo coerente  e consciente
                  capaz de nos arrebatar
                  dos devaneios 
                  nem sempre doces
                  que nos  inflamam  a alma
                  e fecham a porta de um coração
                   desiludido, solitário e triste
                  detido nas sombras do passado,
                  perdido  completamente  vazio
                  que adormeceu chorando,
                  sem acreditar
                  nas vitórias dos próximos despertar

Schyrlei Pinheiro

Fases de Vida e Amor

      Às vezes me sinto só e um tanto triste.
      Mas a culpa é minha, problema de sintonia.
      Desde menino, às vezes, tenho uma
      visão distante do mundo em que vivo.
      E uma mania cristalizada de viver em outro paradeiro.

      Quase sempre consigo manter uma ponte que
      atravesso pra lá e pra cá;
      mas a ponte não é só minha, ela obedece muito mais
      à vida, que quase sempre está do lado de lá.

      Queria do meu lado os pássaros, as flores e os bichinhos,
      mas não me incomodo se eles estejam dos dois lados…
      Mesmo que quando do lado de lá, eu sinta
      um tanto de saudade, mas a alegria de saber
      que um pouquinho mais estarei junto é uma graça.

      Ah! Como me satisfaz esperar sabendo certo
      da vinda que traz meus pássaros e meus outros valores…
      Minha saudade se movimenta em alegrias mil!
      Digo a mim mesmo: que bom esse equilibrio de vida…

      Vida que tira e que dá.
      Vida que perdoa ou suspende a punição.
      Vida que mesmo doendo, oferece como graça,
      a expectativa de cura, de alegria,
      em outro momento… 

     
      Evaldo da Veiga

Vamos Amor

     Está faltando grana e até um tanto de vinho,
      mas com tanto carinho,
      agente deitado, em pé, rolando e
       se amando, dá pra viver.
      E ainda esperança que vai melhorar ;
      se a melhora vem, não dá pra recusar.

      Tem muito problema artificial,
      desse que não existe mas está no canal;
      e assim, agente amando curtindo ,
      encostando e enroscando…
      Goza, fechando o sinal.
      Tudo isso bem natural.

      Mesmo que digam sempre que não,
      agente dizendo sempre que sim,
      vamos abrindo o caminho do carinho,
      da ternura, Poesia, e uma boa dose de
      estar dentro, estar fora,
      estar dos lados e estar nos cantinhos.

      Não existe “porém” pra dizer uma evasão.
      Se queremos é estar fundidos na mesma emoção.
      Não é trepar ou destrepar, mas
      tudo isso também é  bom.
      É ficar juntinho curtinho carinho.
      E do mais, sendo Amor, se vive melhor.

      O Viver de nós dois juntinhos
      nós em nosso caminho..
      Eu te olhando e descobrindo sempre,
      um pouco além, que chegou agorinha
      ou já existia em você
      Vamos amor,  vamos indo,
      vamos ver,
      vamos fazer…
      Fazer amor, Amor!

   
      Evaldo da Veiga

TE AMO, ASSIM…

      Te amo assim, não digo exageradamente,
      pois sou cuidadoso em meu sentir .
      Não é que eu cuide por demais de mim,
      pois quando doso, é um tempero que mexo e aqueço
      para gerir melhor o teu coração.

      Não é gerir no sentido de organizar, e muito menos no
      sentido de determinar movimentos.
      Pois do teu coração, muito aquém de mandar,
      sou eu o Servo que sirvo  a todo o momento.

      É no ato de servir ao teu coração, que me regozijo
      na minha mais Santa Devoção…
      Amar-te tanto e nem tanto ao ponto do exagero,
      mas nem um pouquinho menos
      que seja distante do nível.

      Meu amor é o da localização, do termômetro e do calendário:
      pois nada de chegar fora do lugar e do tempo…
      Gosto de você aquecida no momento do nosso recreio, e da
      Santa Hora de Comermos Nossa Mariola

     
      Evaldo da Veiga

Hum… que Olhar

      Olhas-me assim desse jeito
      Com esse olhar lindo e encantador
      Esse movimento corporal suave e tão pidão…
      Que rapidinho tiro a roupa da missa
      E volto pro nosso colchão

      Não, não, vou não!
      Vou ao outro domingo, o filme vejo depois
      Vou é ver o teu corpo agora
      Que só vi faz meia hora
      E sei que tem atualização 

      Não! Não… meu amor…
      Já chegamos às nuvens, não pare agora não
      O outro lado do fim do mundo é logo ali
      Mais uns trilhões de trepadas
      E chegaremos ao lugar certo e na hora marcada

     
      Evaldo da Veiga